Muitas vezes no mercado de gemas, nos deparamos com termos desconhecidos, que na verdade se referem a materiais que já conhecemos com outro nome, isso acontece por vários fatores, algumas vezes por desconhecimento do verdadeiro nome, outras por desonestidade e ou por ser uma linguagem corriqueira de determinado setor do ramo de minerais e gemas.

Silimanitas tingidas para simular esmeralda e rubi de baixa qualidade
Um exemplo de nomenclatura empregada por setor do ramo é a “linguagem dos garimpeiros”, eles costumam chamar, por exemplo, o mineral mica de “malacacheta” e o feldspato de “osso de cavalo”, por ser uma linguagem empírica não traz nenhum prejuízo, são apenas termos para materiais de baixo valor, diferente do que se vê em outros setores do mercado, como o de vendas de gemas e o de joalheria.
Um exemplo clássico que causa muita confusão é a do “brilhante”, muitas pessoas sempre procuram joias com “brilhantes” sem ao menos saber do que se trata. O brilhante é o nome dado a lapidação específica, a lapidação brilhante clássica possui a forma arredondada e facetada, na maioria das vezes um têm o total de 57 facetas. Sendo assim, o material que tomou essa forma é o que realmente importa, um brilhante de diamante ou um brilhante de zircônia, dois materiais bastante utilizados na joalheria, apresentam grande diferença de valor, um brilhante de diamante natural vale, no mínimo, 200 vezes mais que um brilhante de zircônia do mesmo tamanho, isso por que a zircônia é um material artificial, ou seja, é um material criado pelo homem no qual não existe na natureza.
Existem outros materiais com nomes “alternativos” que causam certa confusão no mercado de gemas, exemplo da iolita, que geralmente ocorre na coloração azul, lilás ou roxa, e é comercializada corriqueiramente como “safira d’água”, no entanto, é um mineral totalmente diferente da safira e com o valor mais baixo, podendo trazer dúvidas ao consumidor desavisado. Casos semelhantes ocorrem com o vulgo “topázio rio grande” conhecido também com “citrino rio grande”, que na realidade é uma ametista tratada termicamente para alcançar a cor amarela acastanhada.

Ágata tingida para simular esmeralda, a esquerda é possivel observar o polimero de coloração verde entre as fraturas e fissuras (fotografia tirada no microscópio com aumento de 40x).
Os famosos rubis, safiras e esmeraldas indianos são exemplos de como tem sido aproveitado todo tipo de material disponível no mercado, esses descritos como “indianos”, se referem a rubis, safiras e esmeraldas de baixíssima qualidade, geralmente tratados por tingimento para atingirem as cores desejadas, além disso, em alguns casos é usado um material chamado silimanita, incolor ou cinza, tingido de azul, vermelho e/ou verde. Vale lembrar que o tingimento é um tratamento bem instável, normalmente em contato com água ao passar do tempo perde-se a cor, enquanto em contato com álcool, acetona, e água quente a perda de parte da cor pode ser instantaneamente.
Comprar gemas com certificados de autenticidade reduz os riscos de fraudes, e averiguar com um gemólogo as gemas adquiridas sem certificado te dá a garantia da veracidade e evita transtornos posteriores.